INTOXICAÇÃO SUPOSTAMENTE CAUSADA POR TAMBAQUI LEVOU TRÊS
PACIENTES AO HOSPITAL, EM MANAUS
As pessoas intoxicadas afirmaram ter comido caldeirada de
tambaqui. As mensagens alarmistas falam de epidemia e dizem para evitar o
consumo. Médica diz que não há como afirmar o peixe foi responsável pela
contaminação
NATÁLIA CAPLAN - A CRÍTICA
Três pacientes deram entrada no Pronto-Socorro Delphina
Rinaldi Abdel Aziz, na Zona Norte, no último dia 22, após comerem uma
caldeirada de tambaqui. Relatando dores no corpo e mal estar, eles ficaram em
observação e foram diagnosticados com rabdomiólise — síndrome provocada por uma
toxina que causa a degeneração muscular e que pode acarretar em rápida
insuficiência renal. A notícia criou um rumor nas redes sociais, sobre uma
possível epidemia da doença por conta de peixe contaminado.
De acordo com mensagens compartilhadas entre usuários de
aplicativos de Internet, como Whatsapp e Facebook, todos deveriam evitar o
consumo da espécie regional por conta de um “surto” e que muitas pessoas teriam
sido internadas nos últimos dias no mesmo hospital. Entretanto, o mesmo texto
alerta sobre a impossibilidade de saber a origem do tambaqui que teria levado
até mesmo mãe e filha ao hospital, assim como a suspeita de que a contaminação
foi por meio de ingestão tucumã e queijo coalho. Continue lendo...
Para a médica Débora Heidel, declarar que o tambaqui
realmente foi o responsável pela intoxicação e resultou no desenvolvimento da
síndrome seria muito precipitado. “Não posso dizer ‘não coma’. É um peixe
regional que a população ingere diariamente. É complicado afirmar sem ter
certeza”, declarou. “Isso iria criar um alerta, todos ficariam em pânico sem
necessidade”, completou, ao ressaltar que houve um fato semelhante na capital
amazonense, em 2008, porém, com outra espécie de peixe típico da região.
“Eu não participei do atendimento, mas houve 27 casos,
naquela época. Porém, associaram a doença ao pacu e não foi comprovado. Não tem
nem como falar sobre a existência de algum risco em consumir pacu ou tambaqui.
Coincidentemente, elas tinham ingerido pacu, mas nada foi comprovado”, afirmou.
Ela, inclusive, citou que a rabdomiólise tem várias causas, como vasos
sanguíneos bloqueados, convulsão, correr uma maratona, doenças genéticas ou
metabólicas e infecção viral.
Os sintomas mais comuns de rabdomiólise incluem fraqueza
e dores musculares e urina escura. O dano muscular provoca inflamação, inchaço
e fraqueza dos músculos afetados. A cor da urina fica escura devido à
mioglobina e, em um primeiro momento, aparenta estar com sangue. Em caso de
apresentar esses sinais, a médica intensivista recomenda que a pessoa procure
atendimento médico imediatamente. Pode evoluir bem com hidratação venosa e
repouso. Mas pode se tornar grave, ocasionando insuficiência renal”, explicou.
FVS deve se posicionar hoje
De acordo com a assessoria do Pronto-Socorro Delphina Rinaldi
Abdel Aziz, um dos pacientes recebeu alta no dia seguinte, após ter o quadro
estabilizado. Os outros dois foram transferidos para o Hospital Beneficente
Portuguesa do Amazonas, no Centro — que tem leito de retaguarda para o Sistema
Único de Saúde (SUS) — e estão em estado estável.
Em nota, declarou que “a equipe médica do PS Delphina
Aziz destaca que, a causa mais frequente da rabdomiólise, está ligada à prática
de exercícios físicos intensos, consumo de drogas e, no caso apresentado, por
consumo de peixe, ainda não esclarecido o porquê”. Os nomes e idades das
pessoas atendidas não foram divulgados.
Já o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em
Saúde (Cievs) da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) Manaus disse ter
recebido quatro notificações de pessoas que foram internadas por intoxicação
alimentar. Dentre elas, apenas uma havia consumido peixe. Eles informaram que
investigam várias possibilidades e devem se posicionar hoje.
SINTOMAS
A rabdomiólise é uma síndrome provocada por uma toxina que
causa a degeneração muscular e que pode acarretar uma rápida insuficiência
renal. Os sintomas são mialgia (dores musculares), fraqueza, mal estar, rigidez
muscular e urina escura. O dano muscular provoca inflamação, inchaço e fraqueza
dos músculos afetados. informaram que investigam várias possibilidades e devem
se posicionar hoje.
PARINTINS
No último dia 10, a comercialização de queijo coalho e de
tucumã foi suspensa por tempo indeterminado em Parintins (a 325 quilômetros de
Manaus). A decisão foi tomada pela Vigilância Sanitária do Município na
segunda-feira, após 40 pessoas darem entrada em dois hospitais com sintomas de
febre, vômito, diarreia e desmaio no dia anterior, após ingerir os alimentos
durante um café da manhã em homenagem ao Dia dos Pais, em um hotel. Em 2013,
nove pessoas, foram internadas depois de ter ingerido tucumãs. Na ocasião, uma
estudante de 17 anos morreu. (A Crítica)
Será que Manaus está a cumprir leis ambientais? Será que não polue demasiado o Rio Amazonas?
ResponderExcluir