domingo, 4 de dezembro de 2016

● A novela tucana de Furnas, caguetada por Jefferson, foi parar nas mãos do PGR – Parece que agora o caso deve andar, pois essa bronca já se arrasta desde 2005 e até agora nadica de nada

PROMOTOR VÊ SUSPEITA DE ENVOLVIMENTO DE POLÍTICOS E ENVIA CASO FURNAS PARA JANOT
Mais de dez anos após surgirem as primeiras denúncias de corrupção em Furnas, o Ministério Público do Rio de Janeiro encaminhou à Procuradoria-Geral da República a investigação sobre o caso, após constatar que “os fatos constitutivos do objeto envolvem parlamentares detentores de foro por prerrogativa de função”, diz o Ministério Público fluminense em nota ao Estado. A decisão foi tomada pelo promotor Rubem Viana, da 24ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos que remeteu a documentação em setembro deste ano. Os autos, que estão sob sigilo, só chegaram à Procuradoria-Geral da República na sexta-feira, 2, mas ainda nem foram para o gabinete de Janot. O caso é mais uma das investigações que ganharam um novo fôlego com os avanços da Operação Lava Jato. Desde que veio à tona, em 2014, a operação vem lançando luz sobre fatos de algumas das principais investigações e escândalos do País nos últimos 10 anos (confira ao lado). No caso de Furnas, as investigações em primeira instância se arrastavam desde 2005, quando a Polícia Federal no Rio instaurou um inquérito para apurar as denúncias feitas pelo ex-deputado Roberto Jefferson na CPI Mista dos Correios de que haveria um esquema de caixa 2 na estatal de energia que abasteceria partidos políticos. Ao longo da investigação, o lobista Nilton Monteiro, um dos acusados de atuar no esquema, chegou a apresentar uma lista com nome de 156 políticos que seriam beneficiários do esquema, que ficou conhecida como “lista de Furnas”. Como as perícias da Polícia Federal concluíram que não dava para saber se o documento era falso, as investigações dos nomes citados acabaram não avançando. Em 2012, contudo, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro apresentou denúncia contra 11 acusados de corrupção em dois contratos de termelétricas (em Campos dos Goytacazes e São Gonçalo, no Rio), incluindo Jefferson, o ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo. Em março daquele ano, porém, a Justiça Federal entendeu que o caso deveria ser remetido para a Justiça Estadual do Rio. Lá, o caso voltou para a fase de inquérito e foi remetido para a Polícia Civil concluir a investigação. Na Delegacia Fazendária da polícia, o caso ficou mais quatro anos e, somente em março deste ano, a delegada Renata Araújo concluiu a investigação indiciando Roberto Jefferson e outros seis investigados por lavagem de dinheiro. Em setembro deste ano, acolhendo um pedido do Ministério Público do Rio, a Justiça Estadual arquivou o caso em primeira instância. Agora, a parte da investigação que pode implicar políticos foi remetida para a Procuradoria-Geral da República no esquema que teria se instalado na estatal de energia de forma semelhante ao identificado pela Lava Jato na Petrobrás. (Estadão Conteúdo) 

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