'MORTA' ACORDA E MEXE OLHOS 15 MINUTOS ANTES DO ENTERRO,
DIZ FAMÍLIA
Jovem, que ainda teria movimentado uma das mãos, estava
suada, segundo parentes; segundo Secretaria de Saúde da cidade, causa da morte
foi tromboembolismo pulmonar
CAROLINA CAETANO / FERNANDA VIEGAS – O TEMPO
O velório de uma jovem, de 24 anos, virou assunto na
cidade de Conselheiro Lafaiete, na região Central de Minas Gerais, nessa
quarta-feira (17). Isso porque familiares de Jéssica Bruna da Rocha teriam
percebido sinais vitais nela, enquanto se despediam. O caso aconteceu 15
minutos antes do sepultamento.
À reportagem de O TEMPO, o cunhado da dona de casa,
o vigilante Rafael Diniz Pinto, de 27 anos, contou que notou algumas
anormalidades no velório.
“O sepultamento estava marcado para o fim da tarde de
quarta. Faltando 15 minutos para fechar o caixão, a mãe dela começou a gritar
que a filha estava viva. Cheguei perto do corpo e percebi que ela ainda estava
mole e com a testa suada”, contou o jovem.
Ainda segundo ele, o irmão, companheiro da mulher,
constatou que ela estava com a respiração fraca e chegou abrir os olhos.
“Tiramos algumas pessoas de perto do caixão para que ela não ficasse abafada.
Ficamos com esperança e muitos amigos começaram a rezar e agradecer “, disse o
homem.
A suspeita de que ela estaria viva fez com que familiares
acionassem o Corpo de Bombeiros. "Nós recebemos uma chamada dizendo que
ela teria se mexido e teria sinais vitais. Isso foi ontem por volta das 17h20,
rua Monsenhor Horta, 71, no bairro Queluz. No local, verificamos que ela estava
em óbito e que não apresenta nenhum sinal vital. Ela tinha rigidez cadavérica e
pele arroxeada", detalhou o capitão Ronaldo Rosa Lima da 2ª Companhia da
corporação. Continue lendo...
Como a família se recusou a realizar o enterro no horário
marcado, o corpo de Jéssica foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) da
cidade. "Nós colhemos material genético - sangue e fragmentos de vísceras
- e foi mandado para Belo Horizonte para a realização do exame que vai
confirmar a causa da morte", explicou a médica legista, Eliane de
Oliveira. O resultado do exame pode levar 30 dias para ficar pronto.
A vítima, que deixou um filho de 8 anos, foi enterrada no
início da tarde desta quinta-feira (18), no cemitério Nossa Senhora da
Conceição. Segundo Rafael, o marido de Jéssica, que não teve condições
emocionais de conversar com a reportagem, está revoltado.
“Nós acreditamos que minha cunhada realmente estava viva.
Não sei se houve algum tipo de erro quando o médico afirmou que ela havia
morrido no hospital. Meu irmão ainda não sabe se vai acionar a Justiça e cobrar
explicações da unidade de atendimento”, finalizou o vigilante.
CAUSA DA MORTE SERIA TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde de
Conselheiro Lafaiete informou que Jéssica estava em tratamento domiciliar para
curar uma infecção urinária. Na última terça-feira (16), ela deu entrada na
Policlínica com dificuldade para respirar, tosse e mal-estar. A dona de casa
passou por nebulização e recebeu medicamento na veia.
Ao ser avaliada novamente por outro médico, foi
constatada uma piora no exame Leucostose, onde houve aumento na taxa sanguínea
de leucócitos acima do limite superior da normalidade. O remédio precisou ser
trocado.
Já nessa quarta, ao ser reavaliada, o médico levantou a
suspeita de tromboembolismo pulmonar e recomendou que a jovem ficasse em
repouso. No entanto, ainda conforme o comunicado, Jéssica levantou do leito com
a ajuda do marido e foi tomar banho.
Já no banheiro, ela sofreu uma parada
cardiorrespiratória. Quatro médicos fizeram manobras de ressuscitação
cardiopulmonar com compressão cardíaca, intubação e medicamentos. Porém, o
óbito da paciente foi confirmado às 11h30.
Foi atestado como causa da morte tromboembolismo pulmonar
que desencadeou uma parada cardiorrespiratória.
REPERCUSSÃO
Nesta quinta, após o enterro, moradores tinham opiniões
diferentes do caso.
"Todo mundo comentou isto daí. Eu estava lá, mas
acho que foi movimento normal que o corpo faz, quando tem pouco tempo que a
pessoa morreu", comentou um conhecido da família, que não quis se
identificar.
Já um vizinho da jovem, que também pediu anonimato, disse
que houve um princípio de tumulto quando foi levantada a possibilidade da dona
de casa não ter morrido.
“Algumas pessoas ficaram assustadas e se afastaram do
local do velório. Quem estava mais perto do caixão garante que ela mexeu até
uma das mãos. Acho que estava viva sim”, disse o homem de 25 anos. (O Tempo)
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